GDEB D. João I ou AD Quinta do Conde? A resposta quanto ao clube que vai conquistar a edição 2022/2023 da Taça AFS de Futsal Sénior Masculino será dada este sábado, no Pavilhão Multiusos de Sines.

A partida referente à final da prova começa às 19h30 e marca a realização daquele que será o derradeiro encontro de um dia recheado de futsal em Sines, onde serão disputadas quatro finais distritais (iniciados, juvenis, juniores e seniores), numa organização inédita da Associação de Futebol de Setúbal.

A final maior coloca frente a frente as equipas representantes do GDEB D. João I e da AD Quinta do Conde. Um encontro em que os finalistas se apresentam com ambição de conquistar um troféu ímpar no respetivo palmarés.

O GDEB D. João I, finalista vencido da edição anterior, chega ao jogo decisivo de atribuição da taça, uma semana depois de festejar o título do campeonato distrital, com o desejo de fazer a ‘dobradinha’, num desfecho que seria ainda mais vincado no historial do clube.

No outro lado vai estar o conjunto da AD Quinta do Conde que, reconhecendo a moral em alta do adversário, promete apresentar todos os seus argumentos para vencer a taça e fechar da melhor forma uma época em que o 5.º lugar obtido no campeonato deixou um sabor pouco condizente com as expetativas.

Os treinadores Bruno Carvalho (GDEB D. João I) e Rogério Gaspar (AD Quinta do Conde) fazem a antevisão do grande jogo.

Ganhar o estatuto de campeão distrital não rima com descontração competitiva. É desta forma que Bruno Carvalho, treinador da equipa do GDEB D. João I encara a partida da final com o desejo de ver concretizado um objetivo, que escapou na edição passada.

“É com um sentimento de bastante alegria que vamos atuar na final. Num clube com poucos recursos, alcançar o jogo de atribuição da taça, pelo segundo ano consecutivo, não é fácil”, começou por salientar.

Para chegar a Sines, a formação do GDEB D. João I teve uma “caminhada difícil”. “Enfrentámos adversários de muita qualidade que conseguimos ultrapassar em jogos muito competitivos e complicados. Mas evidenciamos um bom nível e foi justa a nossa chegada até à final”, assinalou.

Bruno Carvalho foi o treinador que levou a formação do concelho moitense a escrever história com a inédita vitória no campeonato, mas alerta que o feito já foi festejado. “A festa do título de campeões acabou no domingo. Na segunda-feira já treinamos. Houve essa preocupação, porque temos a final da taça já este sábado, na qual estamos focados”, assegurou o técnico, que liderou a equipa “numa semana em que não mudamos nada do que temos vindo a fazer, no âmbito da preparação dos jogos”.

O clima de celebração deixou o plantel com a “confiança está em alta”, o que é “natural”, para quem acaba de se sagrar campeão. “Mas temos de descer à terra e assumirmos que os festejos ficaram à porta do pavilhão do CA Santa Marta do Pinhal (n.d.r: local da realização do jogo que valeu o título distrital, no último sábado) porque temos um jogo importantíssimo que vai atribuir um troféu que queremos muito conquistar, depois de na época passada não o termos conseguido”, registou.

E, de acordo, com o treinador da GDEB D. João o jogo que se avizinha será “bastante complicado”. “Esta época já defrontamos a AD Quinta do Conde por quatro vezes, vencemos duas e perdemos outras duas. São duas equipas que se conhecem bastante bem. O próprio treinador, o meu amigo Rogério Gaspar, conhece bastante bem o nosso grupo de trabalho, os nossos processos e, por isso, estou à espera de um jogo de muita dificuldade, com duas equipas muito competitivas, muito dinâmicas e muito intensas. É um jogo de tripla”, apontou.

Ainda sobre o adversário, Bruno Carvalho reconhece que “é uma equipa muito forte”. “Surpreendeu-me o facto de nesta fase final do campeonato ter menos pontos do que eu estava à espera. Mas sei, realmente, o valor desta equipa, com muitos jogadores que já passaram pelo GDEB D. João I. Uma equipa de muita qualidade, que joga muito bem no erro e que é muito forte nas transições”, caraterizou.

Mas os olhos estão postos na conquista do troféu. “Todos nós desejamos erguer esta taça para fazermos a chamada ‘dobradinha’. Depois, também, porque perdemos esta competição no ano passado, pelo significaria muito para nós poder vencer e reforçar a história que estamos a fazer no GDEB D. João I. Conseguimos juntar a taça ao campeonato seria como colocar a cereja no topo do bolo.

Para dar força a essa ambição, o treinador confia no apoio dos adeptos. “Que sejam eles próprios, como demonstraram no último jogo, que nos deu o título de campeões. A nossa massa adepta acompanha-nos para todo o lado e tenho a certeza de que em Sines irão estar mais uma vez ao nosso lado. Porque é isto o ADN do GDEB D. João I”.

Um jogo em que deseja ser pautado pelo Fair Play e marcado por uma festa bonita dentro e fora da quadra. “Será o principal”. “Que vença o melhor e que haja Fair Play e respeito tal como aconteceu em quase todos os jogos desta época, no campeonato e na taça”.

Sobre a iniciativa das finais distritais concentradas, Bruno Carvalho assumiu: “Achei uma ideia muito válida. Enquanto interveniente do futsal, fiquei muito satisfeito com essa decisão. É o dia do futsal, com quatro finais dos quatros escalões concentradas. Tem tudo para dar certo”.

Na Quinta do Conde reside um plantel considerado com mais qualidade do que aquilo que a classificação geral do campeonato refletiu e ao qual a conquista da taça distrital poderia amenizar esse ‘amargo de boca’. Duas ideias partilhadas pelo treinador da AD Quinta do Conde, Rogério Gaspar, no âmbito da antevisão à presença da sua equipa na final da Taça AFS deste sábado, em Sines.

A conquista do troféu associativo é, portanto, o objetivo alcançável, no momento, e é por essa vitória que a AD Quinta do Conde vai lutar. Depois de garantir a presença na final da prova, o que representa um “sentimento de alegria e de contentamento”, o técnico quintacondense não hesita em assumir que na partida de atribuição do troféu “o objetivo é fazer o melhor e o melhor é ganhar”.

Até confirmar o estatuto de finalista, a AD Quinta do Conde realizou “um percurso globalmente positivo”. “Tivemos a sorte de sermos repescados para a primeira eliminatória, depois de perdermos na pré-eliminatória, nos penáltis. A partir daí conseguimos vencer os jogos e estarmos na final, com todo o mérito”, registou.

Rogério Gaspar não promoveu quaisquer alterações de planeamento de treino em vésperas da final, mas fez uma apreciação. “Foi uma semana normal, a preparar o jogo da melhor maneira possível, apesar de alguns condicionalismos que o desgaste de uma época longa provoca, nomeadamente no plano físico dos jogadores”. “Mas, vamos dar o nosso melhor para conquistar a taça”, reforçou.

Para concretizar esse desiderato, o treinador contará com um conjunto de “jogadores confiantes, que vão conseguir dar uma boa resposta, apesar da fase final do campeonato não ter corrido como nós queríamos”. “Mas, a taça distrital é uma competição diferente e vamos querer dar o nosso melhor”.

Os argumentos competitivos da AD Quinta do Conde vão ser evidenciados no âmbito de um jogo que Rogério Gaspar admite vir a ser “muito idêntico” aos quatro que as duas equipas finalistas realizaram no campeonato. “Jogos em que as equipas se respeitaram, muito equilibrados, com duas vitórias para cada lado. Acredito que este não vai diferente”, avaliou o técnico, antes de libertar: “Que ganhe aquele que for o melhor e mais competente”.

Instado a avaliar o adversário, o treinador dos quintacondenses aponta: “É o campeão distrital, com todo o mérito, uma equipa com jogadores de muita qualidade e bem orientada”. Mas Rogério Gaspar não tem dúvidas quanto à ambição da AD Quinta do Conde, assegurando que, respeitando o conjunto do GDEB D. João I, o seu plantel vai estar unido e focado na conquista. “Sabemos que é possível ganhar, porque já o fizemos duas vezes esta época”.

E vencer o troféu “representa uma segunda chance de não termos conseguido ir mais além na luta pelo título no campeonato”. “Seria muito importante, porque o grupo merece. Lutaram muito durante a época”, enaltece Rogério Gaspar. 

A presença dos adeptos do emblema quintacondense no pavilhão sineense será vincada de “forma significativa”, como antevê o treinador quanto ao apoio que virá da bancada”. “Que seja uma grande final de seniores, mas também que os outros três jogos, dos outros escalões, tenham qualidade, com bom futsal e com muita gente a apoiar, que é o que se deseja”.

Jogos em que Rogério Gaspar, “obviamente, quer revestidos de Fair-Play. “Sempre tentei que isso acontecesse nos jogos das minhas equipas e, portanto, desta vez não vai ser diferente. No fim do jogo, dure ele o tempo que durar, há que dar os parabéns a quem ganhar e, quem perdeu, saber perder, que é muito importante”.

Sobre as finais distritais concentradas, o treinador da AD Quinta do Conde remata: “O pavilhão de Sines tem excelentes condições e a AF Setúbal, na minha opinião fez, uma boa escolha”.