Ao afsetubal.pt o Presidente do Conselho de Arbitragem da Associação de Futebol de Setúbal, José Manuel Esteves, reitera dificuldades perante número insuficiente de árbitros para atender aos jogos calendarizados. Em jeito de balanço à temporada 2021/2022, a qual voltou a permitir a realização da Gala de Encerramento das Atividades da época, o líder do órgão associativo que gere a arbitragem distrital realça trabalho meritório dos nossos juízes e vinca a regularidade do acesso aos quadros federativos.

Em discurso direto, José Manuel Esteves, não hesita em afirmar que temos árbitros de grande qualidade. Contudo, pede confiança e compreensão, na certeza de que o objetivo é fazer o melhor.

O Conselho de Arbitragem da AF Setúbal, em colaboração com os núcleos de árbitros e o apoio da Direção da AF Setúbal, voltou a assinalar o final de época com a realização da Gala de Encerramento das Atividades 2021/2022, evento entretanto interrompido devido à pandemia. Como viu o regresso de uma cerimónia que, sobretudo, marca um momento de especial confraternização e de distinção aos árbitros que mais se destacaram?

Este regresso foi visto com grande satisfação, pois voltamos a poder ter o convívio entre os árbitros residentes nos diversos Concelhos do nosso Distrito, no final de uma época bastante desgastante, conseguindo reunir-se 129 pessoas numa festa que agradou a todos os presentes.

Além da confraternização sempre salutar, também pudemos entregar diplomas e troféus aos que mais se destacaram no decorrer da época de 2021/2022 o que sempre é um marco importante para quem os recebe.

No âmbito do evento, o Conselho de Arbitragem reservou um momento de particular a homenagem dedicado ao antigo árbitro de futebol e dirigente associativo Ezequiel Feijão…

A homenagem ao Dr. Ezequiel Feijão foi mais que justa. Além do excelente árbitro e observador que marcou o seu passado, foi também um formador de excelência dos nossos árbitros e observadores ao longo de mais de cinco décadas, sendo que esta singela homenagem apenas teve lugar porque foi seu desejo terminar oficialmente a sua prestação.

Contudo, deixou claro que continuará ligado ao sector e estará disponível pontualmente para tudo o que este Conselho venha a precisar da sua pessoa. E estamos certos de que ainda contaremos com ele por mais umas épocas.

José Manuel Esteves entregou a placa que assinala a distinção institucional a Ezequiel Feijão no âmbito da homenagem da arbitragem associativa ao antigo árbitro e dirigente   

No seu discurso festivo, qual foi a mensagem que direcionou aos árbitros?

Uma mensagem de esperança no futuro, sendo transmitido a todos eles que só com trabalho e dedicação poderemos chegar mais longe. Temos as ferramentas necessárias para a sua progressão podendo todas elas ser utilizadas por todos os árbitros, assim seja a sua vontade.          

Com a realização da Gala de Encerramento das Atividades assinala-se o fechar de mais uma temporada. Como avalia, de uma forma global, a dinâmica evidenciada pela arbitragem representativa da AF Setúbal no que respeita à época transata?

A época transata foi altamente desgastante para os nossos árbitros, uma vez que foram realizados 5048 jogos de futebol, 1182 de futsal e cerca de 25 jogos de futebol de praia que ainda estão a decorrer nesta altura.

Como é do conhecimento de todos, a pandemia apenas abrandou, sendo que muitos árbitros ficaram retidos nas suas casas por testes positivos à Covid 19. Além disso, as lesões, os afazeres profissionais e escolares que são participados como dispensas, vêm obrigando os seus colegas a um esforço suplementar, uma vez que o número de árbitros é diminuto para o número de jogos. Mas graças a este esforço todos os jogos, desde os benjamins aos seniores, tiveram os nossos árbitros a ajuizar as suas partidas.

Que leitura faz sobre as classificações finais dos nossos árbitros (futebol e futsal) no plano distrital?

No plano distrital verificou-se mais uma vez que quem trabalha com afinco nesta área tem o seu prémio no final de cada época. Todos os nossos árbitros e observadores indicados aos quadros federativos têm dado entrada diretamente. Ora isto só vem acontecendo devido ao trabalho de todos eles e dos nossos formadores que se têm empenhado ao máximo no ministrar das aulas formativas nas diversas áreas.

E no âmbito nacional?

No âmbito nacional a nossa leitura é de que teremos de trabalhar ainda mais, porque mais tarde ou mais cedo os nossos árbitros federativos irão conseguir manter as suas categorias com maior regularidade e a sua ascensão deverá ser uma certeza.

Quantos novos árbitros formou a AF Setúbal, através do Conselho de Arbitragem em colaboração com os núcleos, no âmbito das ações formativas realizadas na última época?

Foram admitidos aos cursos de árbitros cerca de 90 candidatos, no entanto, quase 40% nem sequer validaram a sua admissão. Restaram-nos cerca de 60 que chegaram ao final, sendo que todos eles tiveram aproveitamento. No entanto, estes ainda não têm a sua carreira consolidada pelo que alguns deles ainda vão abandonar por certo, como vem sendo prática em anos anteriores.

Apesar de tudo, a falta de árbitros continua a ser uma dificuldade?

Pelo atrás exposto, é claro que continuamos com um grande défice de árbitros. No entanto, tudo iremos fazer para que os que estão continuem motivados.

Como está a evolução da arbitragem no feminino?

 A arbitragem feminina continua com problemas não só no distrito, mas a nível nacional. No entanto, temos agora um número bastante simpático, pelo que se continuarem motivadas como até aqui, iremos ter um futuro risonho nesta área.

E qual é a realidade no futebol de praia?

No futebol de praia continuamos a evoluir pois fizemos esta época mais um curso no qual foram apurados mais dez árbitros, sendo que temos um total de 30 no distrito e três nos quadros nacionais.

Num apito final, qual a mensagem que gostaria de deixar ao nosso universo associativo (clubes, dirigentes, técnicos e jogadores) para a nova época que se avizinha?

A mensagem que posso deixar a esses agentes desportivos é que continuem a confiar nos árbitros que temos, pois temos árbitros de grande qualidade a arbitrar os nossos jogos.

Também como é do conhecimento geral, temos árbitros em formação que só poderão progredir arbitrando e aqui os nossos clubes terão de compreender que algumas prestações menos conseguidas são apenas fruto da sua inexperiência, sendo que o objetivo de fazer cada vez melhor está presente em cada um deles.