A seleção nacional de futebol feminino sub-19, concluiu esta terça-feira, uma jornada de preparação que decorreu no âmbito da realização do torneio triangular, disputado a par das congéneres da Irlanda e dos Estados Unidos da América.

Com jogos realizados no Estádio do Bonfim, em Setúbal, e no Complexo Municipal de Atletismo Carla Sacramento, no Seixal, o evento, organizado pela Federação Portuguesa de Futebol, com o apoio da Associação de Futebol de Setúbal, Vitória Futebol Clube, Câmara Municipal de Setúbal, Câmara Municipal do Seixal e Câmara Municipal de Palmela, assumiu-se como mais um momento de especial divulgação da prática competitiva no feminino, confraternização institucional e social e reconhecimento pelo relevante trabalho que é feito na base da pirâmide do nosso futebol.

Ao longo da última semana, a nossa região centrou atenções em três jogos internacionais de futebol no feminino, motivo sempre importante para a promoção da variante, mas que não aconteceu apenas dentro das quatro linhas. Na verdade, a presença da seleção lusa em Setúbal, onde atuou nos dois encontros realizados, no Estádio do Bonfim, diante da Irlanda (3-0) e EUA (3-3), acrescentou uma tarde de alegria contagiante para as crianças da Escola Básica do Montalvão, em Setúbal e afirmações de que o trabalho dos clubes e das associações distritais são muito importantes para o incremento e projeção do futebol no feminino.

A importância das seleções… distritais

Ao afsetubal.pt a capitã da Equipa das Quinas, Joana Valente, mostrou-se muito agradada com o estágio realizado na nossa região e com a iniciativa que decorreu na escola básica setubalense, brindada com uma grande receção das largas dezenas de meninos e meninas.

“Foi muito divertido e senti que as crianças ficaram muito felizes por estarmos cá. Foi um momento importante e mais uma oportunidade para divulgarmos o futebol feminino e contribuir para que outras meninas também venham a jogar nos clubes, seguirem as nossas pisadas e ambicionem chegar à seleção nacional”, referiu a futebolista lusa que nos dois jogos vestiu a camisola n.º 6.

Neste percurso que culmina com o vestir da camisola das Quinas, Joana Valente não tem dúvidas de que a passagem pelas seleções distritais, fruto do trabalho desenvolvido nos clubes, é uma etapa muito importante. “O processo evolutivo que temos nos clubes é fundamental e da respetiva avaliação segue-se a possibilidade de sermos chamadas para a seleção distrital, que garante uma visibilidade muito grande e que também é sempre motivo de orgulho o facto de representar a seleção do nosso distrito, cuja representação é reconhecida como um passo para abrir portas para a seleção nacional”, assume Joana Valente, admitindo que “nem todas as jogadoras que chegam à seleção nacional passam pelas seleções distritais, mas são a grande maioria”.

A certeza de que torneios interassociações são montra

A liderar a equipa técnica nacional das sub-19, o selecionador Carlos Sacadura reconheceu que a passagem da seleção nacional pela nossa região veio reforçar o incremento da prática e potenciar o aumento de praticantes.

Sobre a iniciativa na escola, o treinador federativo realçou ser “superimportante”, que contribui para estimular a prática desportiva e os respetivos benefícios, a literacia motora e visar o aumento de mais jogadoras de futebol. Temos exponenciado o número de atletas, mas ainda é pouco”.

No plano da detenção de talentos e da evolução competitiva, Carlos Sacadura considera que os momentos dedicados aos torneios interassociações, onde competem as seleções distritais e regionais, “são fundamentais para a estrutura técnica nacional”.

Um momento, que para Carlos Sacadura também é importante para os clubes, uma vez que as atletas ganham visibilidade e que decorre do trabalho desenvolvido em contexto dos centros de treino distritais, que são uma mais-valia”, refere o técnico nacional,

“Os torneios interassociações e os centros de treinos distritais são fundamentais para aquilo que é a deteção e a promoção do talento. Deteção porque, precocemente, conseguimos chegar a todo o país. Localmente os técnicos nas associações detetam, trabalham e desenvolvem esse mesmo talento e depois é exponenciado no que são os torneios interassociações. A partir daí, são construídas as bases das seleções nacionais mais jovens. É um processo muito importante e de tal ordem importante que os próprios clubes também recorrem a eles também para detetar talento”.

Recorde-se que a AF Setúbal está a trabalhar na fase de preparação das seleções distritais femininas sub-16 e sub-14, com vista à presença nos respetivos torneios interassociações, na presente época.

Sobre a jornada de preparação das sub-19 na região de Setúbal, Carlos Sacadura considerou que os dois jogos foram os momentos importantes. “Podemos treinar, mas o facto do jogo internacional é sempre um momento por excelência para as jogadoras crescerem, para nós transmitirmos informação, ganharmos competência e com o objetivo, neste momento, de construirmos equipa para depois, brevemente, fazermos o apuramento [n.d.r: Campeonato da Europa Feminino Sub-19 de 2026] e conseguimos os objetivos a que nos propomos”.

Num remate final, Carlos Sacadura elogiou a estada em Setúbal, reconhecendo o acolhimento e as excelentes condições proporcionadas”.

Refira-se que no âmbito da visita da seleção à escola básica do Montalvão, a AF Setúbal esteve representada pelo coordenador técnico Pedro Santos e pela responsável distrital do projeto SuperQuinas Matilde Correia.

Fotos: FPF